Recolhido do Jornal a Integração (Edição especial, em 17/06/1975, redação Josseno)

Manchete de Capa: “No BOTAL da vergonha uma vitória maiúscula do Oriental”.
“Cada BOTAL tem a sua história. E todos os BOTAIS formam a História dos BOTAIS. 26 já foram realizados. Todos eles deram a sua contribuição para a história do esporte tresmaiense. O BOTAL de domingo passará, contudo, para a história como o BOTAL DA VERGONHA”.
Mais adiante outra manchete: “O Oriental ganhou com justiça a partida que não chegou ao fim”.
1º tempo:” Botafogo começou melhor mas perdeu o pulso da partida”.
2º tempo:”20 minutos de jogo e depois o sururu”. O lance foi o seguinte:” O lateral Tabajara se jogou sobre Jorge, derrubando-o faltosamente. Penalidade clara e indiscutível e o juiz Paulo Carvalho, incontinenti marcou a pena máxima. Foletto, vulgo quezo, cobrou a falta capital, marcando 3 a 0. O árbitro levou uma garrafada da torcida e achando que fosse Nego Cereser, mostrou-lhe cartão vermelho e, então Nera partiu para cima do juiz, começando um sururu do qual participaram vários jogadores e os homens da ordem pública usando de cassetetes e até adaga (apenas um policial usou deste expediente). O tento foi consignado, aos 18 minutos, e a partida foi interrompida, aos 20 minutos”.
O Oriental ganhou com: Roberto, Foletto, Afonsinho, Juquinha, Ademar, Tadeu Carazzo, Getúlio, Lolo (Jorge), Ivo, Jorge (Capucho).
O Botafogo jogou mal e perdeu a partida com: Carlos, Zé Galvão, Nego, Nena e Tabajara, Guido, Celito (Clóvis) e Nera, Antônio Carlos, Luís Carlos e Pastoril.
O trio de arbitragem esteve a cargo de Paulo Carvalho, Adão Rosa e Adair Fonseca, todos da FGF.
O Josseno avaliou os jogadores do Botafogo, atribuindo-lhes as seguintes notas: CARLOS: Falhou nos dois tentos. Não saiu e quando saiu o fez mal. Pouco empenho. Nota: 2,5; ZÉ GALVÃO: O melhor do Botafogo. Subiu bem no começo e fez boas jogadas. Nota: 7,5; NEGO: Falhou nas cabeçadas. Esteve perdido na área. Fez muito pouco. Nota: 6 ; NENA: Falhou nas bolas altas. Errou na marcação e se pechou muito com o Nego. Nota: 6; TABAJARA: Violento. Infantil nas jogadas. Sem nenhuma técnica. Fez um pênalti infantil. Nota: 4; GUIDO: Lutador como sempre mas envolvido. Não conseguiu realizar nenhuma jogada, não acertou com Celito. Nota: 5,5; CELITO: Contundido. Muito individualista. Falhou nos arremates. Saiu no 2º tempo. Nota: 5,5; NERA: Perdeu a cabeça. Perturbado. Não marcou. Perdido em campo. Nota:3; LUÍS CARLOS: O melhor do ataque. Ensaiou algum contra-ataque. Bem marcado. Nota:7; ANTÔNIO CARLOS: Não ficou na sua posição. Nunca obteve vantagem sobre o seu marcador. Deturbado. Nota: 4; PASTORIL: Ensaiou apenas algumas jogadas. Não passou quase nunca de seu marcador. Ajudou pouco ao meio de campo. Fraco nos arremates. Nota: 4,5; CLÓVIS: Não apareceu em 20 minutos. Mal substituído. Entrou na fogueira. Não teve tempo para mostrar nada. Sem nota.
“O BOTAL de nº 26 foi o mais triste espetáculo que os desportistas de Três de Maio e cidades vizinhas já viram, culminando com as lastimáveis agressões de alguns integrantes da Brigada Militar local, incumbidos de manter a ordem da partida. Tudo começou, quando aos 16 minutos, da segunda etapa o árbitro da contenda, Sr. Paulo Carvalho, marcou uma penalidade máxima contra o Botafogo, quando o escore já favorecia ao Oriental por 2 a 0, cometendo o condutor da partida, um erro histórico de tato e bom senso. A torcida jogou garrafas e objetos para dentro do gramado tentando acertar ao juiz. A agressão ao árbitro teve início quando mostrou cartão vermelho ao atleta Nego do Botafogo que ajuntara uma garrafa para jogar fora do campo. Cinco lesionados do Botafogo foi o saldo do sururu, medicados no Hospital São Vicente de Paulo. Dirigentes do Botafogo levaram relatório à FGF dos acontecimentos que estragaram o Botal.”

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